terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Meu trabalho!

Estava escrevendo sobre minha casa, mas depois escrevo sobre isso, vocês precisam ler sobre meu trabalho... É instigante.

Definiria em uma palavra: Impactante! Tomei um susto quando cheguei na 'escola' pra ajudar nas aulas de inglês. É tipo uma escola pública no Brasil, sendo que não é governamental, é uma ONG, ou seja, a infra-instrutura é precária por não ter condições financeiras! Na sala de aula que eu estava tinha duas turmas diferentes porque não tinha mais outras salas de aula pra acomodar todos os alunos, então a solução é juntar duas turmas em um único espaço. Fora outras duas turmas que estudam numa espécie de jardim/pátio da escola.

Eu e a diretora da ONG em frente a escola.

A cena que mais me impressionou ainda foi ver a professora deixar cair um lápis grafiti no chão e uma aluna tentar esconder pra ficar com o lápis, mas a professora gritou pedindo o lápis, dai ela entregou e depois ficou olhando pra o lápis dela, que não tinha nem 5 centímetros de tão desgastado. Foi muito, muito tenso ver isso. Acho que ela queria apenas um lápis pra escrever e os pais dela não tinham condição de comprar um. Dai chega aquele momento que você para e agradece a Deus por tudo que você tem na sua vida.

Minha primeira aula!

Outra coisa que me impressionou bastante foi ver a forma como a escola educa as crianças. Teve uma hora durante a aula que duas crianças começaram a se atacar! A briga foi tão grande que rolaram pelo chão! Na mesma hora chegou a diretora da ONG com um pedaço de madeira batendo nas crianças, eu quase gritava com ela! Mas infelizmente a gente não pode fazer nada, aquele velho lance da cultura do país que você deve respeitar. Mas mesmo assim ela não batia forte nas crianças, mas tava batendo!

Eles não param nem pra foto, são elétricos!

O local onde é localizada a escola também é muito tenso. Tem muita gente pobre te pedindo pra comprar alguma coisa pra ajudá-los. Todo mundo fica te olhando, eles olham mesmo! As crianças ficam te rodeando sorrindo pra você. Outra coisa que me impressionou, as crianças pobres da área, eles não querem seu dinheiro, eles não querem sua comida, não querem nada... Apenas querem um sorriso seu pra elas. Muito massa.



Acho que pra um primeiro dia de aula foram muitas emoções. Tô gostando muito desse trabalho, tô aprendendo o que é a vida de verdade. É muito fácil pra gente que tem uma ótima escola/universidade, que tem ótimos professores, sempre temos um lápis e um papel pra fazer de MSN durante a aula... É muito fácil. Agora viver na pele daquelas crianças que tentam esconder um lápis pra fazer sua lição de casa... É simplesmente impactante.

Ahmed tentando corrigir os exercícios.

O mais massa de fazer um intercâmbio pela AIESEC é isso, você ver vida de uma perspectiva totalmente diferente. É muito fácil viver sempre ao lado de 'papai e mamãe'. Quando você sai da sua zona de conforto você começa a realmente entender como as coisas funcionam e as vezes entender e ver essa realidade não é tão fácil.



Mas enfim, vou me esforçar ao máximo pra levar alguma esperança pra essas crianças, muitas não estão nem ai pra aprender alguma coisa, mas a maioria presta atenção, tenta entender o que você tá dizendo. Então se a única forma que tenho pra ajudar essa crianças é através da educação, vamos lá! Agora vou indo tomar banho que mais tarde tenho que ir pra o colégio.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Avisa que eu cheguei!

Putz, não sei nem como começar a escrever aqui. Só digo uma coisa: Increadible India! Foi a maior aventura do mundo chegar aqui na Índia, tive que passar dois dias atravessando o mundo! Minha rota foi: Campina Grande > Recife > Rio de Janeiro > Londres > Nova Délhi > Chandigarh.


Despedida no aeroporto em Recife.

O Rio de Janeiro continua lindo (8)

Ah! Londres!


Passei por todos os tipos de lugares, encontrei com gente de todo tipo de gente do mundo (mas confesso que o que mais me impressionou foi chegar em Londres e ver mulheres vestidas de burca, é muito estranho pra nós brasileiros). O melhor ou pior de tudo, ainda não sei direito, mas acredito que o melhor de tudo foi viajar sozinho. Você ganha uma maturidade gigante, você se torna uma pessoa muito mais responsável consigo mesmo. Conheci ótimas pessoas durante a viagem, mas também 90% das pessoas que conheci não foram tão 'legais', sempre que eu ia perguntar alguma coisa queriam dinheiro em troca, principalmente em Nova Délhi.


Welcome to India!


Então, a viagem foi tranquila até Londres! Londres aquela coisa né, massa demais! Tudo muito moderno e tradicional ao mesmo tempo, muito bonito de se ver. O aeroporto gigante, pra você andar dentro dele tem que pegar metrô! Metrô, isso mesmo! Gigante! Mas quando chego em Nova Délhi começou a aventura de verdade! Lá, as pessoas quando veem turista, na maioria das vezes só querem uma coisa sua: Money, tip, entre outros termos em inglês relacionado a dinheiro. Portanto, tem que ser muito esperto, sair de perto e dizer que tá liso, que não tem dinheiro nenhum e pronto. Mas também os 10% das outras pessoas que restaram agradeço muito a Deus por ter colocado no meu caminho. Primeiro foi um indiano muito gente boa, ele sabia muito inglês, mas o sotaque indiano é terrível de se entender (mas já tô me adaptando), esse cara me ajudou a trocar minhas libras esterlinas por rúpias indianas. E o outro cara foi Major, um indiano de Chandigarh mas que mora a quatro anos em Vancouver, no Canadá. Então o inglês dele era muito bom de se entender, a gente foi conversando durante o caminho até Chandigarh, muito gente boa! Me ajudou a comprar minha passagem na rodoviária e quando chegou aqui em Chandigarh ligou pro meu manager e me colocou num auto-rickshaw (aqueles 'estilosos' mini-taxis que tem aqui na Índia, são muitos, muitos mesmo!) até minha residência. Outro ponto que estranhei muito, quando estávamos esperando meu auto-rickshaw a irmã e o pai de Major chegaram e tipo, foi muito massa ver a alegria da família dele em vê-lo depois de quatro anos (a saudade bateu a miiiil da minha família!), ele tocou os pés do pai dele, que é um sinal de muito respeito aqui na Índia, a irmã dele não parava de sorrir e perguntar muitas coisas em Hindi, que eu não entendi nada, mas era bastante notável a felicidade dela. Foi muito emocionante ver essa cena, acho que são coisas que só um intercâmbio, uma viagem, uma nova cultura que pode te proporcionar essas emoções diferentes, muitas coisas você não entende, mas sente, isso é o que importa.


No caminho de Delhi pra Chandigarh

No caminho de Delhi pra Chandigarh (2)


Vou fazer outros posts, não faz nem quatro dias que tô aqui, mas tenho muuuuita coisa pra contar! Aqui você vai na esquina de uma rua e encontra uma história diferente, uma pessoa diferente. Não tem nem como mensurar minha felicidade, graças a Deus muito feliz por estar aqui!